Luz Azul [14+]

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Uma bomba caiu na cidade.

Aconteceu segunda-feira. Hoje é quinta-feira. Meu pai estava lá. Ele ainda não voltou.

Estive sentado na janela todos os dias esperando que ele voltasse para casa. Mamãe diz que a bomba interrompeu a grade elétrica na cidade, então não houve nenhuma notícia sobre isso. O filho do nosso vizinho é um meteorologista que trabalha fora dos limites da cidade, e ele contou ao seu pai que nos contou o seguinte:

A bomba era a maior que já havia visto. Ele viu um flash de luz azul do lado de fora da janela e se jogou no chão. As janelas explodiram na sala e o calor como uma fornalha correu sobre ele. Seu pai diz que conseguiu ligar de uma linha de emergência na estação meteorológica. Ele está ferido, mas está bem.

Era esperado que o meu pai voltasse a casa na noite de segunda-feira. Mamãe ficou muito quieta nos últimos dias. Ela não diz muito no café da manhã e só me dá um "eu te amo" na hora de dormir ao sair da sala. Eu só choro, então, no escuro.

Esta manhã, olho pela janela, esperando que, por algum milagre, eu o visse caminhar pela rua e virar a nossa calçada que conduz à casa, sorrindo e acenando para mim. Meu coração salta cada vez que alguém caminha.

Fonte da Imagem: https://rebecachamberz.wordpress.com/2011/05/

Mamãe vem atrás de mim. "Suba e prepare-se para a escola, por favor".

Eu me viro na minha cadeira da balança. "Mas, mãe-"

"Olhar pela janela não vai mudar nada, filho. Agora vá."

Saio da janela, sentindo como se ele não fosse voltar pra casa, a menos que estivesse lá procurando por ele.

Todos os dias fica cada vez mais difícil sentar-se lá na janela e assistir. Tenho a necessidade de fugir e procurá-lo, perguntar a todas as pessoas em todas as lojas se o viram, em qualquer lugar, porque eu preciso dele, eu preciso dele para me acordar pela manhã e me ajudar com Trabalho de casa e que me diga piadas na mesa de jantar e esteja lá para mim quando preciso de conselhos ou apenas para falar e pressionar meu rosto quando eu precisava chorar.

Eu choro enquanto eu coloco meus livros na minha bolsa, silenciosamente porque eu não ouvi mamãe chorar e ela não vai me ouvir chorar.

A porta da frente abre do andar de baixo. "Olá?"

Durante três dias sonhei com aquela voz.

"Papai !!" Eu meio gritei e corro para o seu encontro, olhando para o andar de baixo através da visão que nadava em lágrimas. Ele estava olhando para mim, não podia dizer se ele estava sorrindo ou não, mas eu corri depressa em sua direção com uma risada histérica de alívio. Mas parei congelado quando eu me aproximava dele.

Seu rosto estava vermelho escuro e coberto de bolhas. Seus braços pareciam queimados como se estivessem presos sobre um fogão. Sua camisa estava rasgada, coberta de fuligem e, e talvez, de sangue.

"Pai, o que ..."

"Está tudo bem", diz ele. "Venha me dar um abraço".

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Eu corro para ele e mergulho em seus braços. Ele pareceu ter sentido um pouco de dor.

"Oh Deus, meu pai, desculpe", murmuro, tentando me afastar.

"Tudo bem", ele diz: "Estou um pouco dolorido, só isso".

Ele olha para cima, atrás de mim. Mamãe está parada ali, observando-nos. Ela finalmente está chorando.

"Você não sabia que eu voltaria?", Diz papai, sorrindo.

Ela corre rapidamente, e nós três estamos nos abraçando. Demorou muito para que terminássemos.

"O que aconteceu com você?", Pergunta a mãe.

Papai olha para mim. O rosto dele de repente fica sério, pálido, seus olhos pareciam assustados?

"Eu acho melhor se você sair enquanto converso com sua mãe. Você não tem escola daqui a pouco? Vá se preparar, por mim. "

Eu aceno com a cabeça, afastando-me relutantemente. Enquanto eu me apronto lá em cima, eu o ouço dizer: "Vamos sentar. Eu preciso de um pouco de água."

Eu me volto para o meu livro com um conjunto diferente de lágrimas nos meus olhos. Eu sabia que ele ficaria bem, eu sabia disso! Por que eu pensaria que meu pai poderia se machucar? Ele teve que voltar para casa, e ele fez isso! Isso foi tudo.

Ouço um gemido ofegante do andar de baixo. Viro para a porta e paro quando lembro que ele me disse para deixá-los em paz. Outro gemido flutua através da porta. Minha curiosidade tira o melhor de mim.

Eu me arrasto ao redor do batente da porta e desço o corredor até o começo da escada. Inclinando-se contra a parede com o ouvido entre os corrimãos, eles não podiam me ver na esquina, mas suas palavras eram claras como o dia:

"- apenas cheguei ao hospital para inspecionar as instalações. Era oito horas da manhã. Eu estava seguindo o chefe de gabinete em seu escritório quando soava como se um canhão fosse disparado ao meu lado. A parede ao meu lado explodiu. "

Mamãe fez outro som como ouvira antes. Eu não podia vê-la, mas seu rosto era claro como o dia em minha mente. Ela deve ter ficado branca como giz. Eu também estava pálido. Eu me perguntei como no mundo ele poderia ter sobrevivido a isso.

Papai continuou:

"Eu acordei algum tempo depois, eu realmente não tenho ideia de quanto mais tarde. Era preto e escuro onde eu estava quente e quente. Eu coloquei as mãos e senti o metal tão quente como uma grelha de churrasqueira. Três paredes de metal e uma de pedra. Lembro-me de me perguntar se eu estava morto, ou capturado ou algo assim.

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"Eu comecei a arranhar a rocha para tentar sair. Parecia que eu estava em algum tipo de recinto, como um espaço suficientemente grande para o meu corpo. Eu empurrava bastante a pedra para me mover e tentar abrir uma passagem.

"Eu olhei para trás e vi que eu estava sob uma mesa de aço que tinha sido jogada do lado direito em cima de mim. Era a prisão perfeita, mas consegui escapar. Minha pele sentiu-se horrivelmente queimada pelo sol, e o ar estava tão quente como se estivesse sentado em uma sauna. Eu olhei ao redor e vi que eu estava de pé no que restava do segundo andar, quando ele caiu em cima de nós. E eu estava sozinho. O hospital tinha caído, então eu podia ver o céu, embora estivesse tão escuro. Parecia uma tempestade. A chuva estava caindo. Mas não era chuva comum. Era preta, densa e viscosa.

"Eu subi nas paredes do hospital, enquanto a sede me consumia. Eu sabia que não haveria água corrente ali. Mas estávamos perto da baía, e atravessei um rio para chegar ao hospital, antes daquilo tudo acontecer. Então, comecei a tomar meu caminho de volta. Tive a sorte de estar perto dos limites da cidade. Duvido que alguém no centro tenha sobrevivido ao colapso dos imensos edifícios. Mas quase todos os edifícios aqui foram destruídos, e os que estavam de pé estavam queimandos...

"No começo, não vi uma única pessoa. Então encontrei uma mãe e seu bebê debaixo de um toldo de concreto. Era... era infernal. A mulher... sua pele estava descascando... seus olhos estavam brancos. Eles devem ter sido branqueados ao olhar a explosão. Seu bebê estava preto... carbonizado. Parecia de borracha em seus braços. Ela estava olhando para a frente, a pele pendurada em seus braços era translúcida, como as asas de uma mosca. O choque em seu rosto me deixou enjoado. Tentei falar com para ela, mas ela não me ouviu. Ela provavelmente era surda ou ficou por causa da explosão".

Fechei os olhos. O que ele estava dizendo me assustou. Eu não queria estar ali, mas estava congelado contra a parede, impotente e ouvindo sobre o terror que meu pai havia passado.

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"Quando cheguei mais perto da beira do rio, vi mais e mais pessoas, algumas sem seus pés, algumas parecendo bonecas de pano, algumas cujas partes do corpo estavam apenas saindo dos escombros. As pessoas no chão estavam tão queimadas que estavam inchando. Eles pareciam bonecas de borracha preta. Quando cheguei ao rio, eu ... "

Ele parou de falar, engasgando em suas palavras. Mamãe estava em silêncio agora. Eu poderia imaginar que o medo dela a impedisse de gemer. Meu coração está martelando agora. Enquanto escuto, vejo com clareza as visões horríveis que meu pai tinha visto. As imagens se incendiavam em minha mente.

"Eu vi centenas, literalmente, centenas de cadáveres, cobrindo as margens do rio, empilhados uns dos outros... também havia cadáveres que flutuavam pelo rio. Eu vi uma mulher passando e que parecia estar usando um longo cinto de pano branco que estava correndo atrás dela. Eu me aproximei e percebi que eram seus intestinos, brancos pela água, já sem sangue.

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"Do outro lado do rio, havia esses grandes montes empilhados contra as paredes arruinadas que enfrentaram a explosão, e outras pessoas estavam em pé ao redor deles, separando-as. Eles estavam procurando por seus entes queridos, dentro de montes de seres humanos. Eu vi crianças lá, de joelhos, gritando nos montes, 'papai você está aí?', 'Mãe, venha!'

"Fiquei lá, atrás dos corpos que faziam fronteira com o rio como sacos de areia pretos e vermelhos, observando as pessoas flutuarem, observando as pessoas cavarem em montanhas de seres humanos, observando as pessoas com os órgãos irrompendo e encaixando-os de volta, Observando um homem com os olhos queimados de sua cabeça enquanto perguntou: ‘Alguém está aí? Por favor me mate.’”

"Fiquei ali embaixo do céu cinzento, observando tudo isso através da fumaça à medida que a chuva negra caiu, e você sabe o que eu percebi? Eu percebi que, em todos os meus pensamentos, todos os meus sonhos sobre como o inferno poderia parecer, nunca poderia ter imaginado nada assim. No entanto, acho que não precisava. O inferno veio até mim. O inferno veio à Terra ".

As minhas costas ainda estavam contra a parede. As imagens grotescas nadaram diante de mim, como no final de um túnel preto, as mulheres se contorcendo, os homens que suplicavam a morte, os cadáveres sorriam pra mim louca e agonizantemente enquanto flutuavam no rio.

Saí correndo, tombando nas paredes em direção ao banheiro. Eu afundei minha cabeça no sanitário e rapidamente vomitei. Meus olhos sentiam que estourariam sob a pressão do meu café da manhã não digerido.

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Os monstros que eu imagino quando vejo a minha porta do armário aberta ou olho debaixo da minha cama - esperando ver um conjunto de dentes brancos pingando sangue sob dois olhos vermelhos brilhantes - não são nada agora. Nada comparado a esses horrores. Essas pessoas... elas são reais e as que causaram isso... não poderia haver mais nada pior no mundo.

Eu me ajoelhei, atordoado, sobre o sanitário por alguns minutos. Eu saí só quando mamãe bateu na porta e me disse com uma voz tranquila que eu chegaria tarde na escola se eu não me apressasse. Trinta e cinco minutos depois eu estava sentado na aula antes do professor entrar.

Antes de eu ter saído de casa, abracei meu pai, que adormeceu no sofá onde ele estava sentado. Seu rosto parecia muito preocupado e sofrido, mas mesmo tempo feliz, talvez pelo alívio de estar em casa, também parecia muito cansado sob suas bolhas. Ele parecia mais velho. Odiava pensar nele daquele jeito, mas não conseguia me impedir.

O professor entrou às 11 horas, gritando à classe tagarela. Ele escreveu o mês e depois o número 9 no quadro antes de se voltar para nós e falar:

"Crianças, eu sei que as coisas têm sido assustadoras nos últimos dias, mas todos precisamos nos lembrar de manter a calma, ok? É especialmente importante obedecer seus toques de recolher e não causar problemas de qualquer tipo. Estou falando, claro, sobre o incidente que aconteceu na noite passada. Parece que alguém vandalizou o nome da escola lá fora. Você pode vê-lo no seu caminho nesta manhã, ao entrar na escola. Agora, espero que o perpetrador não seja parte da minha classe, mas, se ele ou ela estiver aqui, peço que levante e confesse. Não precisa ser agora, mas tem que ser hoje ".

Eu tinha visto o vandalismo. O zelador estava lá quando entramos na escola, esfregando a palavra pintada ao lado do nome da escola. Era fraco, mas ainda podíamos ver a palavra "chupa", embaixo de "Escola Primária de Nagasaki".

Olhei para fora da sala, para aquele céu acinzentado, mas o que vi só me fez acinzentar ainda mais meu coração e minha mente perturbadas pelas imagens de terror que havia sugado de meu pai. Fora das janelas, uma luz azul explode através do céu. 

Fonte da Imagem: https://paulsampaio.com

Aquele era o fim. Tudo ficou preto, depois branco, depois nada mais.

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Créditos e Licença

Creepypasta adaptada e modificada por DMSF a partir da obra original “Blue Light”, escrita e postada em http://creepypasta.wikia.com/wiki/Blu... por Colin's House for the Damned, sob a licença CC BY-SA 3.0 (https://creativecommons.org/licenses/...). Esta versão modificada da creepypasta está sob a mesma licença (CC BY-SA 3.0).

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Um Pequeno Comentário

O mundo está diante de um cenário de alta tensão entre países que possuem um alto poder destrutivo e que estão, em sua maioria, dispostos a utilizá-lo. Tem-se visto a grande tensão entre as Coreias, e as possíveis retaliações diante do primeiro ataque que possa vir a ocorrer diante dessa tesão internacional. Os EUA, conhecidamente uma potência nuclear em termos de armas de guerra, apoiando a Coreia do Sul prontamente agiria com um contra-ataque diante de uma ação de guerra feita pela Coreia do Norte, que por sua vez tem a China como aliada, a qual poderia retaliar os EUA com suas armas destrutivas, então partiriam França, Inglaterra, que são aliados dos EUA para atacar a China, entrando desta vez na história a Rússia, com as suas também poderosas armas nucleares. O cenário da terceira guerra mundial está muito bem traçado, desta vez as armas nucleares são mais nocivas do que no período da segunda guerra. Não há muito o que fazermos para controlar essa possibilidade de guerra, mas, se conseguirmos nos safar dessa, seja por a guerra não acontecer ou por um milagre de sobrevivermos a um possível holocausto nuclear, devemos mudar nossas atitudes e perceber que a guerra tem consequências piores do que as próprias causas que a fizeram acontecer.
Se um dia você chegar a um nível que seja capaz de decidir ter ou não uma guerra ou influenciar na decisão, opte por impedi-la. Mas todos podem fazer a sua parte impedindo que as pequenas guerras do dia-a-dia, que também são nocivas. Por exemplo, tentem fazer o que é certo e não transformem em uma briga de vida ou morte um assunto que pode ser resolvido civilizadamente, proteja os fracos, proteja sua família, seja uma pessoa honrada que luta para deixar a existência mais agradável ao seu próximo e a você mesmo. Se vê que alguém está fazendo errado, tente ajudá-lo a fazer o correto, se ele ao quiser, esqueça-o, não precisa criar um guerra contra ele.

Seja íntegro e lute contra suas próprias guerras internas, mentais e espirituais.

Todos têm seus problemas, mas a guerra não resolve nada e ainda destrói a esperança de inocentes que só queriam ter uma vida feliz.

Fonte da Imagem: Acervo Privado.

Adaptado por DMSF.

 Parabéns pelo seu interesse em conhecer uma nova (hi)(e)stória e em aprender algo novo, volte sempre. 

Deus seja louvado!!! 

DMSF.